VisoVox: Poesia visual e sonora

De 14 de julho a 30 de setembro de 2018,  na Fundação Eugénio de Almeida, Évora.

A partir de um conjunto de obras de poesia visual e sonora em múltiplos meios – analógicos e digitais –, esta exposição interroga as relações entre som, voz, linguagem, escrita e imagem. Através de uma seleção de trabalhos produzidas nos últimos 50 anos, percorrendo a obra de artistas de referência nacional e internacional, a exposição VisoVox interroga a tensão entre som e escrita como constituintes de espaços poéticos de perceção aural, verbal e visual.

A curadoria está a cargo de Manuel Portela, Américo Rodrigues e José Alberto Ferreira.

 

SJ Fowler no HIPOGLOTE

Steven J. Fowler apresenta um portfólio verdadeiramente impressionante, desde poesia a teatro, performance, fotografia, arte visual ou poesia sonora… sendo ainda responsável por uma dinâmica fora de série na divulgação, acolhimento e incentivo à colaboração entre artistas.

O pretexto inicial para a conversa com SJ Fowler partiu de uma referência de Clive Fencott à cena experimental londrina dos anos setenta e oitenta em torno do Writers Forum orientado por Bob Cobbing. 

Trinta anos e um Brexit depois, a situação mudou muito. De tudo isso e muito mais nos fala Steven Fowler, numa das mais refrescantes conversas dos últimos tempos:

A entrevista foi realizada por Tiago Schwäbl e Nuno Miguel Neves,numa triangulação Lisboa-Setúbal-Londres, via Skype, a 16 de Maio de 2018.

A gravação vai para o ar no programa HIPOGLOTE da Rádio Universidade de Coimbra, na noite de domingo para segunda, dia 18 de Junho de 2018, à meia-noite.

A não perder! 

Pessoa lê o Algoritmo

No próximo dia 13 de junho de 2018, pelas 16h00, no Anfiteatro V (FLUC, 6º piso), Nuno Meireles apresenta «Pessoa lê o Algoritmo: Performance de leitura por Pessoa ele-mesmo de 130 fragmentos do Arquivo LdoD selecionados maquinicamente». Esta leitura assinala os 130 anos de Fernando Pessoa (nascido a 13 de junho de 1888) e os 180 dias do Arquivo LdoD: Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego (publicado a 14 de dezembro de 2017). A organização está a cargo do Programa de Doutoramento FCT em Materialidades da Literatura e do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra.

Nuno Meireles é licenciado em Estudos Teatrais pela ESMAE-IP, docente no Curso de Teatro da ESAP e no Curso de Animação e Produção Artística da ESE-IPB. Estreou-se como ator na Expo 98 com o Teatro de Marionetas do Porto. Desde então, colaborou como ator com A Escola da Noite, Seiva Trupe e Teatro Maizum, entre outros. Estudou Biomecânica Teatral de Meyerhold com Gennadi Bogdanov e dirige o Teatro do Filósofo com o Parvo atado ao pé, de exploração de textos de Gil Vicente. Tem desenvolvido atividades de poesia dita, em especial de Fernando Pessoa, de quem encenou e recitou múltiplos textos, de “Tabacaria” à “Mensagem”. Destaca-se “125 poemas nos 125 anos de Fernando Pessoa”, maratona poética nas livrarias da cidade do Porto. Atualmente é estudante do Doutoramento FCT em Materialidades da Literatura da FLUC, procurando investigar a intermedialidade em Gil Vicente.

(a-)sincronias ao despique

Flora Détraz: Muyte Maker 

Quatro raparigas sentadas a quatro mesas, tampos no escuro, pernas reluzindo oito meias brancas em V. Ajeita-se o público, inverte-se a iluminação e o ângulo, agora circunflexo, dos braços às palmas das mãos nas bochechas. Na cabeça, ‘chapéus’ de fruta prolongando-se na trança de cabelo puxada por uma corrente ao alto das barras da iluminação, pendendo mais atrás em contrapesos sui generis: um martelo, um cutelo, uma foice e um saca-rolhas gigante.

Continue reading

SOMOS O QUE ÉS: Leituras de Ana Hatherly

No dia 26 de maio de 2018, Américo Rodrigues e Fernando Aguiar, encontraram-se na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em Almada, para SOMOS O QUE ÉS, leituras de textos de Ana Hatherly.

O evento esteve integrado na exposição «Ana Hatherly – O Prodígio da Experiência», constituída por obras do Arquivo Fernando Aguiar, que se distribui por dois espaços distintos: a Galeria Municipal de Arte de Almada e a Casa da Cerca, que poderão ser visitados até ao dia 9 de setembro.

O Vox Media esteve presente e registou alguns momentos.

Continue reading

O grasnar do esquecimento

Roda de público alinhado elipticamente ao longo da fronteira calçada-areia dos intra-muros do castelo de S. Jorge, outros pendurados nas ameias com vista além Tejo, tarde de verão novo amansando no chilrear expetante de arena cultural, um olho na chuva, outro na tenda roxa encostada à muralha. E eis que de lá sai um compacto de mulheres vestidas de negro (leg-ins, sapatos rasos, túnica de manga comprida) com lenços brancos na cabeça. 

O grupo pára a meio-trajeto, vão-se destacando uma a uma, lentamente, dispondo-se no centro da praça. As caras que se aproximam impressionam, terrivelmente sérias, lúgubres, linhas de rosto como facas, pele dourada, andar lento e frouxo marcando a fraqueza aparente das decanas — o coro das velhas. Ajustadas as posições no ovo central da praça, viradas em diferentes direções, aguardam.

Silêncio absoluto, tensão total.

 

Continue reading

Esboços para uma Arqueologia da Poesia Sonora Portuguesa

Joaquim António da Silva [JAS], ou J. A. da Silva , é, muito provavelmente, um nome desconhecido mesmo para aqueles que se dedicam ao estudo da Poesia Experimental em Portugal. É, apesar disso, um nome incontornável na história da Poesia Sonora Portuguesa e ‘Audio-Poem’, o único trabalho que se lhe conhece nesta área, é, apesar de curto, de uma expressividade e intensidade que não podem ser ignoradas.

A única referência que se pode encontrar ao seu nome vem, em primeira mão, da obra Poésie Sonore Internationale  em que é mencionado por Henri Chopin [HC], a par com E. M. de Melo e Castro com quem Henri Chopin manteve extensa correspondência e colaboração, como sendo um dos dois autores em Portugal a trabalhar no domínio da Poesia Sonora.
Sabemos, a partir da correspondência existente no arquivo do poeta sonoro francês, que o contacto entre ambos se fez por iniciativa de JAS que em missiva enviada  a HC a 5 de junho de1971 se apresenta como crítico de poesia experimental no ‘Diário Popular’ e declara o seu interesse quer pela Revue OU, quer por um possível aprofundamento do exercício  de uma prática poética próxima da poesia sonora. Esta intenção é reforçada na carta seguinte, de 15  junho do mesmo ano, em que JAS afirma:

Je cherche, pour le moment, de la documentation actuelle (textes théoriques et réalisations) concernant le poème sonore […]

Continue reading

Mapping spaces, sounding places: Geographies of sound in audiovisual media

XIV. Symposium zur Filmmusikforschung
 Kieler Gesellschaft für Filmmusikforschung
in collaboration with Università di Pavia – Dipartimento di Musicologia e Beni Culturali (Cremona)

Cremona, 19-22 March 2019

Sound design, film music and music editing in general exert a primary function in conveying senses of space and place in audiovisual media. Strategies for connoting space and place in film sound and music vary with cinematic practices across history and according to transnational patterns of negotiation between global and local modes of production. At the same time audiovisual communication, when rich in local connotations, allows insights into specific socio-historical contexts and the documentation of human geographies. This conference aims to bring together scholars interested in mapping geographies of music and sound practices in audiovisual media (e.g. film, television, video games, interactive art). We invite fresh perspectives on film music and sound that are willing to embrace aspects ranging from individual approaches to space and place to collective geographies, also considering industrial trends and intermedia connections. Cultural, ethnographic, historical, analytical, data-driven and aesthetic approaches are welcome, as well as research on industrial and commercial practices.

Invited speakers:

  • David J. Bodenhamer, Professor of History and Director of the Polis Center (Indiana University – Purdue University Indianapolis, USA)
  • Kevin J. Donnelly, Professor of Film and Film Music (University of Southampton, UK)
    Continue reading

O eclipse da matéria

ou a insubstancialidade do metalogramo 

 

 

 

 

Um dos primeiros dispositivos mecânicos a emergir do escuro , logo depois de um coleóptero luminescente — o seu estojo (koleos) acionando um relé-pirilampo, a cremalheira esforçando as asas (pteron) em deslumbrante metamorfose da mecânica em natureza esvoaçante —, foi uma frase de arame, um arame-frase, um metalogramo.

Continue reading

tktktktktktktktktktktktktktktktk

No dia 9 de Maio de 2018 a britânica Hannah Silva  lançou no café Oto em Londres o seu álbum de estreia com o título Talk in a bit.

Contribuíram ainda Julian Sartorius na percussão, Luca “Xelius” Martegani nos sintetizadores e Zeno Gabaglio no violoncelo de cinco cordas.

Continue reading