Kerouac on Record: A Literary Soundtrack

Foi lançado este mês ‘Kerouac on Record: A Literary Soundtrack’,  a mais recente obra sobre a relação entre a Geração Beat e a música. A obra, editada por Simon Warner  e Jim Sampas, foi editada pela britânica Bloomsbury Publishing.

Ao longo de aproximadamente 500 páginas, e através de vários registos discursivos (entrevista, ensaio) a obra oferece uma viagem pelas várias relações que Jack Kerouac estabeleceu com a música. A obra conta com textos de A. Robert Lee, Marian Jago, ou Jonah Raskin, entre muitos outros.

 

 

 

 

IN-SONORA

A décima edição da Mostra de Arte Sonoro e Interativo volta a insuflar Madrid entre 5 e 25 de Março de 2018.
O Festival, sob a direção de Maite Camacho, convoca os habituais destaques, residências e oficinas a bafejar a seguinte proposta:
Vamos a experimentar las posibilidades de la escucha del futuro presente, micrófonos en huertos y jardines, instrumentos musicales a partir de objetos mundanos o herramientas complejas y vanguardistas. Loops modificados mediante programación algorítmica en directo, instalaciones reactivas, sonido analógico y digital, deconstruido y formateado,ondas electromagnéticas atravesando nuestros cuerpos, haciéndonos vibrar con sonidos que nos sobrevivirán desde el mañana, de la tierra a la máquina, del pasado al futuro de la Muestra de Arte Sonoro e Interactivo, IN-SONORA.

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Lançamento MATLIT v.5

cover_issue_248_pt_PT (1)Foi publicado o Volume 5.1 (2017) da revista MATLIT: Materialidades da Literatura. Este número, organizado por Osvaldo Manuel Silvestre e Felipe Cussen, intitula-se “Vox Media: O Som na Literatura”. Além da secção de artigos de investigação, esta edição especial inclui uma seleção de quinze obras sonoras com curadoria de Nuno Miguel Neves e Tiago Schwäbl. As obras selecionadas vão desde poemas e narrativas sonoras a paisagens sonoras e remisturas, incluindo gravações dos seguintes autores: Américo Rodrigues, Alfredo Costa Monteiro, John Bennett, Juan Angel Italiano, Luis Bravo, AG Davis, Álvaro Seiça, Ryan Wade Ruehlen e Mark Amerika, John F. Barber, Jessica Barness e Vince Giles, Sandrine Deumier e Philippe Lamy, Ryan LaLiberty, Vladimir Vladda Miloykovitch, Sara Pinheiro e David Prescott-Steed. Na secção de entrevista, os leitores encontrarão a transcrição de diálogos entre cinco autores chilenos: Martín Bakero, Pía Sommer, Felipe Cussen, Federico Eisner e Fernando Pérez.

Todos os textos se encontram disponíveis em formato html e pdf. Os ficheiros áudio estão disponíveis em streaming e para download. A MATLIT adota uma política de acesso integral livre, podendo todos os textos ser lidos em linha ou transferidos para uso pessoal. O acesso pode ser feito a partir do índice geral.

Germana Tânger e os poetas: dizer poesia

germana_tanger_diz_florbela_espanca.Germana Tânger, actriz, professora de dicção e “dizedora” de poesia (Lisboa, 1920-2018), tinha no seu círculo de amigos muitos poetas: “Disse muitos poetas e tive grandes amigos poetas. Olhe, o José Régio, o Jorge de Sena. Todos eles. […] graças a Deus sempre tive o carinho dos poetas” (entrevista dada a Maria Ramos da Silva, Jornal i, 12 de Abril de 2013)[1]. Germana Tânger reconhece que foi “através da poesia” que os conheceu, como, por exemplo, a José de Almada Negreiros:

 

 

O Almada foi um grande amigo. Está ali [num quadro que Almada lhe ofereceu] escrito por ele: “Chegar a cada instante pela primeira vez”. Eu gostava muito dessa frase e ofereceu-ma escrita. Foi muito engraçado. O meu marido […] um dia no Chiado disse-me: “Sabes onde vamos hoje à noite? A casa do Almada”. Para mim o Almada era assim um símbolo. Eu estava nervosíssima. Depois ele disse-me: “Eu sei que você diz versos”. Eu estava a trabalhar “O Corvo” do Edgar Poe, traduzido por Pessoa, e digo-o. Ficámos muito amigos. Tudo o que fazia chamava-me para colaborar.

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Miguel Torga por Miguel Torga

Na data da morte de Miguel Torga, 17 de janeiro de 1995, lembrar algumas palavras escritas a propósito da gravação do seu primeiro disco de poesia na editora Portuense, Orfeu:

“Miramar, 12 de Setembro de 1958

Gravar poesia nossa… Entrar numa câmara de silêncio, ler versos, e ouvir depois a própria voz desligada do corpo, sozinha, estranhamente exaltada ou enternecida, ora grave, ora aguda, áspera e suave no mesmo instante, mas sempre aflita, a clamar na solidão da noite como uma alma penada…”
(Diário, VIII, 1959)

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Materialidades da Literatura 2017-2018: bolsas de doutoramento

O Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura (Programa de Doutoramento FCT) abre candidaturas para a edição com início em 2017-2018 (6 vagas). As candidaturas decorrem, numa única fase, de 8 a 31 de janeiro de 2018 (6 vagas). O Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura (Programa de Doutoramento FCT) atribuirá 5 bolsas de doutoramento para a edição com início em 2017-2018 (2º semestre). Todas as informações podem ser consultadas aqui.

Sonificação Musical de Texto: d’ Os Lusíadas ao Twitter

26112444_1873608652950792_8077373182069074431_nO projecto  DAS PALAVRAS NASCEM SONS DOS SONS NASCEM IDEIAS, da responsabilidade do Serviço Educativo do JACC, continua as suas actividades.

Desta vez trata-se de um evento que dá pelo nome de ‘Sonificação Musical de Texto: d’ Os Lusíadas ao Twitter’, uma actividade que terá lugar no Salão Brazil, no próximo dia 27 de janeiro, pelas 16 horas. Estarão presentes Ângela Coelho, Mariana Seiça, Pedro Martins, e Amílcar Cardoso.

Nesta sessão, Pedro Martins e Amílcar Cardoso começarão por contextualizar a Sonificação enquanto área de estudo académica e ferramenta criativa e utilitária. De seguida, Ângela Coelho e Mariana Seiça apresentarão dois projectos académicos sobre Sonificação musical aplicada, respectivamente, à Literatura, através do mapeamento de dados do poema épico ‘Os Lusíadas’ e ao Twitter.

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4 álbuns para escutar entre 2017 e 2018

2017 está já a chegar ao fim. Momento mais que propício, portanto, para que aqui se faça um breve resumo do que foi o ano, no que diz respeito à edição de obras relacionadas com o universo da Poesia Sonora, e para deixar 4 sugestões que pedem escuta atenta no ano que se avizinha.

23659146_1425494704216173_3618757645497175786_nUma primeira nota a merecer destaque, pelo que isso representa para a poesia experimental em Portugal, é a notícia do lançamento de um novo álbum de Américo Rodrigues. Chamar-se-á “Parlatório” e conta com a colaboração habitual de César Prata ( Aorta Tocante [2005]; (Cicatriz:ando [2009]; Porta-Voz [2014]), mas também de José Neves (dramaturgia da voz e montagem); Nuno Veiga (sound design); e Tiago Rodrigues (desenho gráfico).

Pensado a partir da experiência do autor nas oficinas de escrita criativa ministradas no Estabelecimento Prisional da Guarda, e de testemunhos aí recolhidos, “Parlatório” apresenta-se como uma viagem por um universo sonoro povoado por referências vocais e textuais mas também por elementos e sonoridades electrónicas naquele que é um dos trabalhos mais contemporâneos de Américo Rodrigues.

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Visual Vocal & Parlatório

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No próximo dia 13 de janeiro, há Poesia Sonora no Salão Brazil, em Coimbra.

Trata-se da apresentação de “Parlatório”, a produção mais recente de Américo Rodrigues, sobre a qual refere o poeta sonoro da Guarda

Há um ano entrevistei demoradamente 7 presos para que me contassem a sua história de vida. A ideia inicial era escrever um livro com narrações daquelas mulheres e homens que estavam a cumprir pena numa prisão do interior de Portugal. Registei em vários cadernos o que de mais importante me disseram (depoimentos de grande autenticidade), sublinhando frases e ligando palavras com setas e outras anotações. O que escrevi foi aquilo que considerei ser o essencial do que ouvi. Histórias de roubos, tráficos, burlas, assaltos, dependências, traições, violências, mortes. Vidas. A partir desse material de base concebi uma peça de poesia sonora que cruza a minha vocalidade (gritos, sussurros, choros, línguas inexistentes, ruídos bucais, cantos de inspiração étnica, estalidos com a língua, terrorismo fonético, etc.) com a leitura dos apontamentos da conversa com aqueles reclusos (leitura branca, interpretação teatral, enganos, hesitações, alteração de velocidade, silêncios, amálgamas, etc.)

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I was on that balcony again…

Imaginem uma viagem pelos Estados Unidos e Canadá a expensas da poesia sonora…

Impensável hoje. Concretizado nos anos oitenta – em 1982, mais precisamente.

Tiago Schwäbl e Nuno Miguel Neves à conversa com Clive Fencott acerca da sua tour de 82 com Bob Cobbing.
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