Miguel Torga por Miguel Torga

Na data da morte de Miguel Torga, 17 de janeiro de 1995, lembrar algumas palavras escritas a propósito da gravação do seu primeiro disco de poesia na editora Portuense, Orfeu:

“Miramar, 12 de Setembro de 1958

Gravar poesia nossa… Entrar numa câmara de silêncio, ler versos, e ouvir depois a própria voz desligada do corpo, sozinha, estranhamente exaltada ou enternecida, ora grave, ora aguda, áspera e suave no mesmo instante, mas sempre aflita, a clamar na solidão da noite como uma alma penada…”
(Diário, VIII, 1959)

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Discos Orfeu – Imagens, Palavras, Sons (1956-1983)

jos_cid_10_anos_entre_v_nus_e_marte.inMatosinhos recebe, entre 4 de Maio e 12 de Junho, uma exposição inédita dedicada à editora Orfeu, responsável pelo lançamento de discos de músicos como Adriano Correia de Oliveira, José Cid ou Sérgio Godinho.

A exposição, com curadoria de José Bártolo em articulação com Arnaldo Trindade e Noly Trindade e colaboração técnica de João Carlos Callixto, Carlos Paes, João Pedro Rocha e Heitor Vasconcelos, estrutura-se em cinco núcleos principais: No início era o verbo (1956-1959), Trovas do Vento que passa (1960-1967), Vozes da Revolução (1968-1975), Entre Vénus e Marte (1976-1979) e O fim da aventura (1980-1983).

Refere Arnaldo Trindade, o fundador da casa discográfica, em entrevista ao Diário de Notícias:

É a primeira vez que se faz uma exposição destas e que representa 60 anos de trabalho (…), representa uma época bastante importante na nossa vida, porque foi de facto uma época das trevas, do regime anterior e que conseguiu, através da vontade e do entusiasmo de um grupo de jovens da altura, fazer uma obra que ainda hoje perdura, como é a de José Afonso, a do Adriano Correia de Oliveira, do Fausto, do Sérgio Godinho, de José Cid, do António Mafra e dos poetas a gravarem as sua obras”, disse Arnaldo Trindade.

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