Na data da morte de Miguel Torga, 17 de janeiro de 1995, lembrar algumas palavras escritas a propósito da gravação do seu primeiro disco de poesia na editora Portuense, Orfeu:
“Miramar, 12 de Setembro de 1958
Gravar poesia nossa… Entrar numa câmara de silêncio, ler versos, e ouvir depois a própria voz desligada do corpo, sozinha, estranhamente exaltada ou enternecida, ora grave, ora aguda, áspera e suave no mesmo instante, mas sempre aflita, a clamar na solidão da noite como uma alma penada…”
(Diário, VIII, 1959)