Visual Vocal & Parlatório

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No próximo dia 13 de janeiro, há Poesia Sonora no Salão Brazil, em Coimbra.

Trata-se da apresentação de “Parlatório”, a produção mais recente de Américo Rodrigues, sobre a qual refere o poeta sonoro da Guarda

Há um ano entrevistei demoradamente 7 presos para que me contassem a sua história de vida. A ideia inicial era escrever um livro com narrações daquelas mulheres e homens que estavam a cumprir pena numa prisão do interior de Portugal. Registei em vários cadernos o que de mais importante me disseram (depoimentos de grande autenticidade), sublinhando frases e ligando palavras com setas e outras anotações. O que escrevi foi aquilo que considerei ser o essencial do que ouvi. Histórias de roubos, tráficos, burlas, assaltos, dependências, traições, violências, mortes. Vidas. A partir desse material de base concebi uma peça de poesia sonora que cruza a minha vocalidade (gritos, sussurros, choros, línguas inexistentes, ruídos bucais, cantos de inspiração étnica, estalidos com a língua, terrorismo fonético, etc.) com a leitura dos apontamentos da conversa com aqueles reclusos (leitura branca, interpretação teatral, enganos, hesitações, alteração de velocidade, silêncios, amálgamas, etc.)

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Parlatório

Parlatório é o nome do novo disco de Américo Rodrigues, um dos nomes mais originais e singulares da Poesia Sonora contemporânea e um dos solitários representantes do género em Portugal.

Sobre  a obra, que irá ser lançado brevemente pela Bosq-íman:os, diz o autor

“Há um ano entrevistei demoradamente 7 presos para que me contassem a sua história de vida.A ideia inicial era escrever um livro com narrações daquelas mulheres e homens que estavam a cumprir pena numa prisão do interior de Portugal. Registei em vários cadernos o que de mais importante me disseram (depoimentos de grande autenticidade), sublinhando frases e ligando palavras com setas e outras anotações. O que escrevi foi aquilo que considerei ser o essencial do que ouvi. Histórias de roubos,tráficos, burlas, assaltos, dependências, traições, violências, mortes. Vidas.
A partir desse material de base concebi uma peça de poesia sonora que cruza a minha vocalidade (gritos, sussurros, choros, línguas inexistentes, ruídos bucais, cantos de inspiração étnica, estalidos com a língua, terrorismo fonético, etc.) com a leitura dos apontamentos da conversa com aqueles reclusos (leitura branca, interpretação teatral, enganos, hesitações, alteração de velocidade, silêncios, amálgamas, etc.)
O César Prata gravou tudo. O José Neves vai tratar da “dramaturgia do som” com a ajuda do sound designer Nuno Veiga e o Tiago Rodrigues vai encarregar-se do desenho gráfico.”

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