João Onofre na Culturgest: Baladas de um coveiro

Tony Smith (modelo em 1962, fabricado em 1968) Die

“Six foot under. I didn’t make a drawing; I just picked up the phone and ordered it.”
Tony Smith sobre Die

Um cubo de 6 pés em ¼ polegadas de aço laminado a quente com escoramento interno diagonal”, sendo as dimensões determinadas pelas proporções do corpo humano. Estas são também as dimensões da caixa às portas da Caixa [Geral de Depósitos], antecipando assim – fazendo caixinha – o jogo de referências encaixotadas que atravessa toda a exposição de João Onofre. Como uma matriosca, mas invertida: figura(çõe)s encobertas por covers sucessivos.

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Do you want to make a noise? Yes? Make one.

.                                                                                        Cornelius Cardew. 1968. Scooltime Special – B

Instruções de Execução

Notas à margem do workshop Partituras verbais: Ver e Fazer, por Sérgio Abdalla, entre 17 e 19 de Julho de 2018, na Lisboa Incomum.

Partitura é geralmente definida nos dicionários como um suporte gráfico para (a)notações inscritas/ impressas, construindo uma composição que será depois interpretada e traduzida em som. 
A amplitude de abertura desta descrição é tal, que este mesmo post poderia ser considerado, em sentido lato, uma partitura; contudo — galgando aqui a historiografia da notação musical —, este será o aspeto convencional de uma partitura de “música erudita contemporânea” :

Heinz Holliger. 1981. Estudo II para Oboé [excerto]

Esta é a linguagem que a maioria dos músicos está habituada a ler . Mas há sempre momentos onde — em maior ou menor medida — as fronteiras são desafiadas, criando problemas de leitura e interpretação, clivagens de correspondência entre significante e significado, entre o ‘comando’ gráfico e a imagem sonora a reproduzir. 

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