Encontros FONOVOZ

Os Encontros FONOVOZ curadoria de Manuel Portela e Rui Torresapresentam uma amostra da poesia sonora. (…) Trata-se de situar a nossa atenção nessa oscilação entre perceção fonográfica e perceção vocálica, que nos permite escutar os sons da língua e os sons da voz ao mesmo tempo. A poesia sonora oferece-nos uma arte da linguagem enquanto processo emergente da máquina fonadora do corpo humano. 

O encontro FONOVOZ de 2025 foi concebido a partir da articulação do par de palavras “dissonância” e “dissidência”. A modulação sonora que associa os dois conceitos parte destas duas perguntas: como evocar o momento político presente através da poesia sonora? O que pode a voz contra a linguagem violenta do poder? 

10 de outubro de 2025: Fernando Aguiar & Alessandra Eramo. O’culto da Ajuda, Lisboa. Misomusic.

Fernando Aguiar apresenta-nos, reinventado — sem livro, de folhas soltas, amarfanhadas algumas, com vídeo, com som, com voz —, o novo manual escolar, pleno de velhas práticas de aprendizagem do bê-á-bá. Continue reading

Alessandra Eramo em Coimbra

Neste mês de Abril, Alessandra Eramo, sound artist, vocalista e compositora italiana radicada em Berlim, virá a Coimbra, a convite do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, para duas actividades: dia 27 no Salão Brazil e dia 28 na FLUC.

aeramoNa noite de 27 de Abril, quarta-feira, pelas 22 horas, quem se deslocar ao Salão Brazil poderá assistir ao “Gesticular da Voz. Solo para Voz e Electrónica“, performance para a qual a artista criou uma colagem (sonora) com base num vasto leque de técnicas vocais e paisagens sonoras urbanas e industriais.

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Eramo: o gesticular da voz

No âmbito do 1º colóquio Vox Media. O Som na Literatura, realizado no dia 27.11.2015 no Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da UC – e do contacto com Alessandra Eramo – artista sonora residente em Berlim – a propósito do seu single de 7” ROARS BANGS BOOMS (2014, Berlin: Corvo Records) resultou esta pequena entrevista realizada por e-mail (23.11.2015):

Alessandra Eramo

Lado 1 | perguntas sobre a técnica

Porquê o vinil?
O vinil tem para mim e para a nossa Editora Corvo Records um significado importante, uma vez que realça o caráter háptico e físico da composição. A nossa editora publica obras de artistas que se debruçam nos seus trabalhos sobre o som e a visualidade. Esta forma de aproximação ao som através da arte visual é uma característica fundamental, dado que tanto eu como Wendelin Büchler, com quem partilho a gestão da Corvo Records, temos como formação de fundo as artes visuais.
Este modo de publicação que liga arte sonora, música experimental e arte visual oferece muitas possibilidades na forma visual do seu lançamento, como se pode observar em “Come ho imparato a volare” [2011]. Para nós, cada publicação é antes de mais um objeto de arte sonoro [Klangkunstobjekt], editado na maior parte das vezes em exemplares limitados e numerados à mão. Os vinis [Schalplatten] portam em si o desafio a uma ação háptica. A audição musical torna-se assim propriamente um acto performativo, um ato poético.

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