«Dadá nunca ha muerto.»

No âmbito de um trabalho curricular nos seus tempos de estudante, Pere Sousa descobriu Kurt Schwitters. Tão violento foi o deslumbre que o jovem catalão abandonou o curso das Belas Artes para se dedicar em exclusivo ao mestre alemão. O resultado é o merzmail.net, um dos arquivos mais impressionantes no campo da mail art e Merz.

Os 130 anos Kurt Schwitters (e de Marcel Duchamp!) foram pretexto para uma conversa de tirar o fôlego, com Pere Sousa a partilhar o seu impressionante conhecimento sobre os detalhes da vida e obra de Kurt Schwitters.

Pere Sousa (Lleida, 1955) é o mentor da plataforma Merz Mail, dedicada não só à mail art, mas também à Poesia Sonora e Fonética, sendo que Kurt Schwitters ocupa um lugar central neste arquivo em linha. Em 1994, cria a Factoría de Activismo Cultural Merz Mail e, nessa mesma década, dedica-se a projetos como as zines P.O.BOX (1994-1999, 36 números) e 598 (2002-2015, 41 números), entre outras publicações monográficas, edições e traduções.


É igualmente responsável pela dinamização de um programa semanal na Rádio PICA, emissora independente de Barcelona, consagrado à música experimental e à poesia fonética e sonora, preenchido também por entrevistas e disseminação de convocatórias, entre outros. Entre 2000 e 2001, impulsionou a Huelga de Arte, uma proposta de greve na criação e circulação de obras de arte.
Pere Sousa é artista visual, trabalhando com colagem analógica e digital, tendo realizado inúmeros recitais, dedicados a obras e autores de Poesia Sonora e Fonética.

A entrevista foi conduzida por Bruno Ministro e Tiago Schwäbl sob a alçada do Hipoglote, o programa de poesia sonora da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), e pode ser ouvida aqui.

 

Abaixo, algumas ilustrações que podem servir de guia visual à conversa:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Zine P.O.BOX. Capas de vários números. O n.º 9 tem imagem apropriada em caixa de correio em Portugal. O n.º 36, e último, tem na capa um trabalho de César Figueiredo.

 

 

 

Zine 598. Capa do n.º 33, dedicado a «LidantÛ fAram Poema dramático em Zaum», de Il’ia Zdanevič. Edição “quase facsimile” da obra de 1923. A imagem da capa é uma reconstrução de colagem de Naum Granowsky:

Zine 598. Capa e interior do n.º 34, com “edição quase facsimile” de «Juego en el Infierno» (1912), de Velimir Khlebnikov, Aleksei Kruchenykh e Natalia Gonchanova (ilustrações). Tradução e aguarelas do editor.

Zine 598. Capa e interior do n.º 36, dedicado a «Zaumnaia gniga  Bibro Transracional» (1915), poemas de Alexei Kruchenykh e Aliagrov (Roman Jakobson), ilustrações de Olga Rozanova.

 

 

 

 

 

Zine 598. Foto do processo de construção e da capa e aspeto final do n.º 41. Este número é um “facsimile em fotocópia” de «La prose du transsibérien et de la petite Jehanne de France» (1913), de Blaise Cendrars, traduzido para o castelhano com “mais ou menos cores de Sonia Delaunay em aquarela”.

 

Três colagens de Pere Sousa, usando técnica analógica e digital a partir de materiais impressos. No âmbito da celebração dos 130 anos de Kurt Schwitters e Marcel Duchamp, o autor tem publicado regularmente este tipo de trabalhos nas redes sociais.

 

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