Vozes Femininas do Neo-Realismo

8ª edição das comemorações do Dia Mundial da Poesia no Museu do Neo-Realismo

Entre 1946 e 1950, Manuela Porto  e Maria Barroso realizaram em conjunto alguns recitais de poesia. Estes eram muitas vezes precedidos por uma conferência que enquadrava e explicava os poemas que se iriam escutar. Incluíam também, a meio, uma parte musical em que se executavam, e por vezes se explicavam, peças de compositores da época.

Foi, à semelhança desses recitais, que, 70 anos volvidos, se apresentou no dia 21 de Março de 2016, pelas 15 horas e 30 minutos, no auditório do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, uma performance reconstrutiva desses recitais de poesia e música. O evento foi recriado pelas actrizes Helena Faria e Teresa Faria, que deram voz a poemas ditos por Manuela Porto e Maria Barroso nesses recitais, intercalados pela música de harpa medieval de Filipa Taipina. O recital foi precedido por uma conferência, sobre Manuela Porto e Maria Barroso, proferida por José Geraldo.

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Eramo: o gesticular da voz

No âmbito do 1º colóquio Vox Media. O Som na Literatura, realizado no dia 27.11.2015 no Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da UC – e do contacto com Alessandra Eramo – artista sonora residente em Berlim – a propósito do seu single de 7” ROARS BANGS BOOMS (2014, Berlin: Corvo Records) resultou esta pequena entrevista realizada por e-mail (23.11.2015):

Alessandra Eramo

Lado 1 | perguntas sobre a técnica

Porquê o vinil?
O vinil tem para mim e para a nossa Editora Corvo Records um significado importante, uma vez que realça o caráter háptico e físico da composição. A nossa editora publica obras de artistas que se debruçam nos seus trabalhos sobre o som e a visualidade. Esta forma de aproximação ao som através da arte visual é uma característica fundamental, dado que tanto eu como Wendelin Büchler, com quem partilho a gestão da Corvo Records, temos como formação de fundo as artes visuais.
Este modo de publicação que liga arte sonora, música experimental e arte visual oferece muitas possibilidades na forma visual do seu lançamento, como se pode observar em “Come ho imparato a volare” [2011]. Para nós, cada publicação é antes de mais um objeto de arte sonoro [Klangkunstobjekt], editado na maior parte das vezes em exemplares limitados e numerados à mão. Os vinis [Schalplatten] portam em si o desafio a uma ação háptica. A audição musical torna-se assim propriamente um acto performativo, um ato poético.

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Vox Media. O Som na Literatura. Colóquio I

cartaz Vox Media jpeg

VOX MEDIA. O SOM NA LITERATURA
Colóquio I
27 de Novembro de 2015
Instituto de Estudos Brasileiros – FLUC

O 1º colóquio Vox Media. O Som na Literatura visa apresentar publicamente o trabalho realizado, no Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, numa área de pesquisa unificada pelo estudo das materialidades sonoras da comunicação na literatura e no diálogo desta com áreas limítrofes (performance, tecnologias de gravação e reprodução, intermedialidade, remediação, etc.).

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