“Il faut pulvériser notre langage usé — c’est-à-dire faire scintiller le mot” (Pierre Garnier)
Basta um breve mastigar de palavras e sons, qual ritual de feitiçaria ou golpes de tacão no país de Oz, e eis que se nos apresenta o vasto reino da poesia sonora. O Grande Américo dá o mote; a partir daí, sem grandes explicações, cada um solta ou tange as cordas vocais à sua maneira. A inibição desaparece lesta e a voz começa a saltitar por caminhos que emprestam nova expressão às lamúrias quotidianas.
Como seria o nosso dia-a-dia se ao falar entoássemos com as bochechas o ranger dos dentes e o bater dos lábios, o assobio da língua e o apertar da garganta? O potencial vocal absorve qualquer recurso normalmente aplicado noutras funções (beber, mastigar, etc.): aqui tudo é valência sonora.
Algo de inesperado e maravilhoso acontece: incríveis vozes de capacidades extravagantes emergem subitamente — que gozo seria um mundo comunicante em poesia sonora…!
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